quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

O que nos faz fervilhar mantém-nos vivos.



Quero pairar pela vida, tocar nas estrelas, ser uma partícula a explorar os recantos do universo.
Quero pairar pela vida, viver no piso acidentado, romper a sola dos sapatos.
Quero ir, procurar a minha essência, conhecer-me e mudar-me, porque ninguém é constante. 
Quero ir, viver na inconstância do ser. 
Não quero viver sempre no morno, porque o morno acomoda, conforma a alma e a alma é para se agitar de quando em vez. Quero também o que gela, o que queima, o que me consome até aos ossos.
Não quero ser invencível. Quero perder para saber saborear as vitórias. 
Não quero ser ponderada. Quero ser indomável, porque regras já são elas muitas. 
Quero arriscar. Quero escabulhar, quero aprender, quero desalinhar. Quero alinhar-me.
Ah, mas o que eu quero mesmo é viver com o pé na corda bamba, porque o que abana faz-nos fervilhar e o que nos faz fervilhar mantém-nos vivos.

4 comentários:

R disse...

Também prefiro o fulgor do Preto e Branco. O cinzento é amorfo, além de mal resolvido consigo e sua identidade. :)

Sublime, Ana!

Catarina Nóbrega disse...

que boa escrita Ana :))

Wild Spirit disse...

Ora nem mais! E eu mesmo que queira nunca vou conseguir ser cinza, serei sempre preto, serei sempre Branco. :)
Obrigada!

Wild Spirit disse...

Oh obrigada :) um beijinho*