domingo, 20 de janeiro de 2013

Carta de ''eu'' para ''quem sou''- I


Olá pequena!
 Como estás? Ultimamente tenho te visto mais serena que o costume, mais ''tu'', o que sempre foste se é que me faço entender, e parece-me bastante bem. Porém surge-me uma duvida. Afinal onde foste tu buscar essa serenidade toda? Essa despreocupação suave que não assusta? Essa leveza particular? Era esse o segredo que sempre guardaste? Ou é apenas esse o teu outro lado? O lado que não doí? Va, eu sei que o lado que doí raramente o mostras, mas a minha pergunta é: Essa leveza despreocupada que mostras hoje, é a que sentes interiormente, ou é apenas mais umas das tuas máscaras convincentes que também vais usar amanhã? Gostava sinceramente de o saber ou de te perceber, porque não o sei e percebo-o ao mesmo tempo, percebo-te, tal como a mim. Oh, não me consigo explicar, mas também não preciso, sei que me compreenderás de qualquer jeito, mesmo quando sou confusa demais. Mas tu também o és, ainda mais que eu não é verdade?
Bem, talvez eu queira que tu o admitas, admitas o que sentes. Estás igual apenas, ou melhoraste? Será que regressaste de vez com todas as tuas malas de sorrisos e boas recordações?
,E já deitaste as mágoas ao mar? Ou deixaste que elas fossem levadas pelo vento? Julgo que as deitaste ao mar, afinal, nele todas essas mágoas para além de poderem ser levadas para longe, serão purificadas e tornar-se-ão limpidas, ironicamente limpidas. Caso fossem levadas pelo vento, sabe-se lá se elas não iriam dar a volta ao mundo, e nessa viagem juntar mais umas quantas mágoas e tristezas e ainda como que por magia voltar para ti só para te consumir um pouco mais alma. É verdade o que digo? Talvez o seja, mas gostava de te certeza. Responde-me pequena, por favor.

Com amor,
aquela que te conhece

9 comentários:

Rita disse...

Eu percebo mas isso depende das diferentes situações que passamos. Eu sou bastante orgulhosa, raramente dou o braço a torcer e odeio que me calquem, mas antes nunca dava o braço a torcer... nunca mesmo. Por isso sei que melhorei porque agora dou algumas vezes, simplesmente porque passei por situações que me fizeram crescer nesse aspecto. E com a tua melhor amiga será assim também.
Não deves admitir isso! No teu lugar teria uma conversa frontal e bastante séria com ela. Se ela sentir por ti o que realmente sentes por ela não irá querer perder-te e por mais orgulhosa que seja irá engolir esse orgulho. Mas lá está... deves explicar o teu ponto de vista.

catarina disse...

Um texto fantástico, adorei. "Essa leveza despreocupada que mostras hoje, é a que sentes interiormente, ou é apenas mais umas das tuas máscaras convincentes que também vais usar amanhã?", provavelmente a minha parte preferida.
Ao responder-te, espero que não seja mais uma máscara. Espero que a serenidade que dizes sentir, esteja realmente dentro de ti para ficar, apagando e deitando ao mar toda essa tua dor.

a refugiada disse...

quem me dera voltar a adormecer a sorrir, e a acordar a sorrir, era um sonho mesmo... têm sido noites lastimáveis, fofinha ;s

Catarina F ;) disse...

Texto excelente mesmo, muita força ;)
Ps: Segui ;D

Audrey Deal disse...

lindo, adorei!

Catarina F ;) disse...

De nada, qualquer coisa estas a vontade querida ;) E ainda bem que concordas ;D

catarina disse...

Fico realmente feliz por saber disso. Não me agradeças, a tua escrita está fantástica e a parte que referi é, como dizes, a questão chave. :)

a refugiada disse...

obg pelas tuas palavras de conforto, e força, doce. conta sp cmg, pode ser? *
sigo-te ;)

Catarina F ;) disse...

Nao tens de quê mesmo e obrigada eu minha querida ;D