sábado, 15 de março de 2014

Ele para ela & Ela para ele XI (ele)


Já não é simplesmente uma vontade ''correta'' de entregar um mero colar, é mais que isso. Já não é aquela corrente com um coração embutido que me move, mas sim o meu coração. Agora que todas as minhas convicções mudaram, assim como as minhas crenças e vontades, sei que querer devolver algo que não é meu não passa de uma desculpa. Sim, dentro de mim algo mudou, eu mudei e, mesmo que a desilusão faça parte do meu currículo depois do sucedido, ela não me sai da cabeça. 
Tenho de me distrair e por isso não paro, nem me farto de caminhar. Para ser sincero já à 2h que estou a percorrer o passadiço e a dar umas voltas por cada praia que passo e, mesmo assim não consigo sentir a minha respiração a fugir. Só não quero estar parado, quero olhar tudo em meu redor, ver vistas diferentes a cada passo que dou e, alternadamente concentrar-me nos blocos de madeira imperfeitamente juntos, sem que isso me leve a outros pensamentos. Ah, ''imperfeitamente juntos''... Não me posso dispersar, mesmo que me pareça impossível, porque é impossível.
E já lá vão 3h30 e agora decidi sentar-me numa esplanada a espera do meu café. Acabei por me render a uma pausa... O dia está bonito, e o sol está tão forte que tive de pôr os óculos, não que goste de andar com eles, porque não gosto. Eles fazem as coisas escurecerem demasiado e isso é algo que neste momento já tenho que baste, ''escuridão''.
Finalmente com o meu café, agora estou empenhado em dissolver o raio do açúcar nele, e por vezes  esta tarefa parece tão ingrata... Porque há-de ficar sempre um resto de açúcar no fim? E lá continuo a mexer e a mexer. Desta não vai sobrar nem um pouco! Às tantas até hão-de julgar que sou maluco. Mas... E não sou? Sou maluco por ela... Estupidamente maluco e sozinho.
Desloquei-me até ao areal e como maluco que sou, pus-me a atirar as pedras e os paus que encontrava como se estivesse a mandar embora tudo aquilo que me faz mal. E atiro mais uma ou outra e paro no intervalo entre elas para ver o resultado, para ver a agua a chapinhar e para reparar no alivio que sinto ao fazê-lo. Sentia de facto alivio... Mantive os braços estendidos e de punho fechado a agarrar a pedra, até que quando suspirei e senti que todo o mal tinha sido levado, ouvi uma voz um pouco distante que gritou docemente: - EI!! queres companhia?? 
Mas que estranho, não só por querer fazer-me companhia mas por reconhecer aquela voz melodiosa de algum lugar. Bem, apenas me resta voltar as costas para vê-la e logo saberei ...

2 comentários:

Cláudia S. Reis disse...

Há paixões que não se explicam. Vivem-se :)

Ísis disse...

O amor quando verdadeiro não se explica.