domingo, 19 de junho de 2016

Coração Salgado #3


O corpo fica contraído, o peito apertado, os pulmões sem ar. Uma sensação de medo percorre cada nervo, cada músculo, congelando todos os membros, paralisando todos os pensamentos. Nem um passo. Nem uma palavra ou suspiro. Apenas um olhar focado no vazio, um pensamento assombrado; O medo. O medo vai desenrolando, atropelando-se nas palavras que não conseguem sair, no silencio que inunda o espaço. O desespero. O desespero de um corpo que não responde às ordens, de uma cabeça que se torna na pior inimiga... As lágrimas; E as lágrimas escorrem pelo rosto num pedido aflitivo de socorro; E essa é a única forma de expressão. Lágrimas num rosto frio que quer sentir e não consegue; E cada dor surge de um único peso, o único que ainda lhe assombra os dias. Aquele que queria rasurar, se libertar; E o tempo não apagou. O vento não levou. O passado não morre. Por mais ventos que o levem, por mais ondas que o consumam. Ele volta. Dê as voltas que der. Passe o tempo que passar. Doa o que doer; Porque vai sempre doer... Sempre.

3 comentários:

disse...

este texto doeu-me de ler; senti uma pequena parte da tua dor nestas paalvras. uma pequena parte de uma dor que parece não ter fim.

Ísis disse...

Ohh espero que seja fictício, linda.

Ísis disse...

Ohh muita força querida. Se puder ajudar em alguma coisa...