sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

E é tudo uma miragem, uma utopia




Ela caminha pela calçada e olha em seu redor. Tudo parece tão desligado, tão independente e desprendido. Olhares vazios e olhares distantes. Passos incertos e pouco determinados. Destinos que se cruzam, destinos que se afastam. E tudo parece tão coberto de falsas identidades, de escassas esperanças. E tudo parece tão só. Será imaginação? Por entre falta de explicações a opção é olhar o céu. Apreciar a natureza. Sentir o vento. Continuar a andar.  E é tudo uma miragem, uma utopia. 
''O que faço aqui?'' - As questões interrompem os sentidos, inundam os pensamentos, agitam o coração. Tudo permanece em silêncio. O silêncio é uma resposta. Mas perguntamos, mesmo conhecendo-o. Mesmo sabendo das implicações de o escutar. Questionamos. Nem sempre para que nos respondam, mas para que o silêncio se faça ouvir. Para se agitarem os sentidos e ensurdecermos a alma de duvidas. Somos assim.
Somos como fumo que se dispersa no tempo, se perde no espaço. Mas somos também bem mais do que parecemos. Mais do que os olhos alcançam. Somos mais do que corpos que andam, mentes que fazem perguntas, que têm medo. Somos mentes que criam, corpos que lutam. Somos a ânsia de ser feliz, a sede de amar.


1 comentário:

Amante Japonesa disse...

Escreves muito bem (: