sábado, 11 de fevereiro de 2012

Diario da Estrela V


E eu fico sempre no mesmo relance sem saber o que fazer. Olhando para o mar e vendo as ondas partir e a voltar. Sempre que vejo essa repetição a minha esperança regressa sem querer, como que numa equivocamente forte ilusão de que podes voltar.
Tudo vai e vem, vem e volta, volta e vai de novo e nunca mais se vê.
As ondas que vão não são as que veem em todos os casos. E apesar que aparentemente pareça que elas voltam sempre ao seu lar, ao seu porto de abrigo, não é verdade. Apenas uma ilusão das nossas cabeças para que tudo seja menos doloroso e de forma a que nos continuemos a iludir com esperanças falsas. Esquece! Não volta, não vem, não como aparentemente vês.
Eu vou continuar aqui a olhar, a vê-las me confundir. Vou continuar a olhar para o sol e a deixar-me cegar por momentos como se louca estivesse e como que sem amor próprio. E eu olho e quanto mais olho mais parece que ele me absorve e deixo toda a realidade de lado por alguns segundos... É bonito, bastante bonito.
Aquele simples momento parecia que limpava todos os medos, ansiedades e confusoes da minha alma. Sinceramente parecia que limpava a tua existencia daqui da minha cabeça pateta e teimosa e isso deixava-me descansada. E naquele momento via também um reflexo tão enfadonho que chegava a parecer-me familiar. Reflexo do sol na agua, reflexo do sol que se refletia nos meus olhos, reflexo de tudo, reflexo de nada ou quase nada, relexo do simples e complicado, reflexo de mim. O meu espelho, o espelho daquele interior confuso e desconhecido que ninguém ousa entrar.
E eu continuo, vou continuar aqui e aos poucos vou perceber que este não é o meu lugar, que tenho de ir embora.
Agora vejo aquela pequena estrela imergindo lá no horizonte, como que se despedindo de mim com um breve ''até já'', mas ao mesmo tempo levando com ela tudo que de mau lhe tinha confessado.E ela continuava a ir e levava e levava... Com a mesma intensidade que a corrente leva e puxa. Ia emergindo até que lá no fundo por fim desapareceu. Levou tudo, mais do que eu julgava, levou o que eu não queria. Levou parte de mim.

2 comentários:

Maria Inês Rodrigues disse...

FANTASTICO! sigo com muito gosto!
passa pelo meu, deixa a tua opinião, e se gostares, seguisses, era óptimo $:
beijinhos e bom fim de semana!
voltar-ao-inicio.blogspot.com

Maria Inês Rodrigues disse...

Muito obrigada, princesa!