segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Nitidez das palavras



Estava ela dentro do carro depois de um dos seus domingos surpreendentes. Estava no banco de trás encostadinha ao seu canto ouvindo todas as conversas. As vozes entoavam bastante e em cada dialogo de vida ouvia-se gritos de controversia, frustração e revolta perante mundo que gerava discussão. Ela já não ouvia nada. E aquelas vozes aos poucos fundiram-se numa que desvaneceu no volume cada vez mais alto da sua música. 
Agora encostada ao banco com a cabeça relaxada olha para fora buscando uma explicação mas não a encontra... Aliás nunca as consegue encontrar. Mas isso já não a incomoda.... Preferiu não pensar nos impossíveis e fechou os olhos enquanto suspirou. Ah, e com a velocidade do carro consegue sentir as sombras e o sol batendo na cara alternadamente. Talvez seja das melhores sensações existentes enquanto se ouve uma musica que toca, ou se sente uma brisa do vento que cria arrepios. E naquele momento parece surgir na mente todas as ideias, a imaginação funciona a 100% e as lembranças encaixam-se para contar histórias. E aí a saudade volta. Conta episódios e relembra o transtorno provocado pela perda. E a nitidez do que foi não desvanece, e cada palavra mantém-se viva como se fosse acabada de ser soletrada. E a ausência tem coisas assim... Ela provoca dor, trás lembranças. E lembranças fazem sorrir por entre lágrimas de saudade. Mas ela sabe, sabe que esta saudade é diferente e que não a mata, apenas a vai tornando mais forte à medida que o tempo passa, que a dor se ultapassa.

5 comentários:

EBA ☮ disse...

* era forte

Sara Louro disse...

essa foto está espectacular, mas estava a falar da foto de perfil

Dahliaw disse...

Lindo!

Sara Louro disse...

mas aquela que tens no post está fantastica :)

Beatriz disse...

Espero que sim :) obrigada