sábado, 14 de dezembro de 2013

O Segredo de Mel 7#

 
Hoje é dia de mudanças, ou seja, dia de confusão. Pelo menos até agora tem sido um frenesim e ainda são 4h da tarde. Ah, e cadeiras para aqui, mesas para acolá, e um pouco mais para a esquerda ou se calhar mais para a direita. Mobília e mais mobília, caixas por todo o lado e o cheiro a paredes recém pintadas a incomodar o nariz. Ninguém para, tanta coisa para arrumar e é completamente de loucos!
É o dia de Mel mudar-se para a sua própria casa e apesar daquelas correrias de móveis, cansaço e afins está empolgadíssima. Nota-se perfeitamente que quando pensa que vai ter a sua casinha, a decoração, organização, tudo à sua maneira vislumbra-se-lhe um ar leve e bem disposto.
Como sempre e para não variar já tem tudinho preparado nas gavetinhas da cabeça, já sabe que o quadro pintado pela avó vai ficar na sala, um globo algures (ainda está um pouco indecisa se na secretária ou na mesa individual do escritório), uma carrinha pão de forma azul bebe em miniatura na mesinha de cabeceira, entre outros. Tem de ficar perfeito! Claro que inicialmente vai ser tudo muito simples, mas terá muito tempo para completar aquela bela casa. Nada de pressas.
- Devagarinho se vai ao longe ,não é?- pensou.
 Adora-a simples e por isso sabe que nunca irá aderir a grandes exageros e modernismos, além disso não quer estragar a beleza daquela casa que no meio de tanta simplicidade tem um brilho incrivelmente especial. Talvez por ser da família, não sei, Mel adora-a e quer estima-la bem.
A mesma alegria não se verifica nas feições da mãe, de olhos brilhantes tem passado o dia a suspirar de um lado para o outro. Chegara até a ir à varanda descansar um pouco dos seus pensamentos tristes com a desculpa que já lhe doía a cabeça do cheiro da tinta. Deixar os filhos voar não era nada fácil, especialmente quando é a única filha, a menina dos seus olhos, a menina que precisa de proteger.
- Ela vai precisar de ajuda para cozinhar, para arrumar a roupa, tanta coisa! - Tentou a mãe conformar-se com a ideia que ela era ainda era uma menina mas sabendo no fundo que estava a crescer. Mel já não era mais uma menina, mas sim uma mulher com um coração frágil de criança. Estava um mulher, uma bela mulher.

3 comentários:

Cláudia S. Reis disse...

A mãe da Mel vai acabar por se habituar :)

Joana disse...

muito obrigada pequena, do coração <3

Ísis disse...

Que a melodia nunca acabe