sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O Segredo de Mel 6 #


 
 
Mel estava na casa da sua melhor amiga Mariana, tinha completado 25 anos à cerca de uma semana e hoje era o dia em que festejavam juntas. Era dia 5 de fevereiro e portanto não era de facto um bom dia para mel. Mariana sabia-o e desse modo neste dia recusava-se a deixa-la sozinha, não podia deixa-la. No entanto queria saber realmente o motivo desse dia ser um inferno e eis que esta lhe perguntou:

- Porque nunca me contas o que se passa contigo? Que segredo tão grande é esse que tens?

- Nenhum!disse fingindo um sorriso.

Para quê dizer? Nunca ias entender. Não, ninguém entende porque ninguém sabe metade, ninguém percebe não adianta.- Apetecia dizê-lo mas preferiu guardar para si.
Apesar de mariana ser a sua melhor amiga havia muito que não sabia. Nunca tivera coragem de lhe contar
a história toda apesar de saber que dali não saia absolutamente nada. Sabia que se o dissesse muito provavelmente matava aquele sujeito se o visse algum dia. Logo ela, tinha um instinto demasiado protetor. Por vezes até a tratava como uma criança e vinha com aquelas conversas de avó do género, ‘’Estás a comer pouco hoje, tens de te alimentar’’, ou daquelas tipicamente dela como ‘’ Aquele rapaz está a olhar muito. Ele que se estique, até o queimo vivo, juro!’’.
Era uma boa amiga, não aquela típica amiga de infância, aquela amizade cheia de promessas para os próximos 40 anos, com recordações fofas, e com aquelas lamechices demasiado profundas. Não eram de longe aquelas companheiras que trocavam mensagens todos os dias ou que prometiam o amanhã.
Apesar disso gostava daquela relação. Porque construíram uma amizade melhor que muitas outras e essencialmente sem falsidade. Não prometiam os próximos 40 anos mas prometiam o hoje, não tinha recordações fofas mas tinham recordações estúpidas, histórias de atos de desespero conjuntos. Não eram dadas a lamechices porque de facto não passavam tempos infinitos a dizer ‘’’adoro-te’’ ou ‘’és a minha melhor amiga’’, não. Insultavam-se, tratavam-se mal na brincadeira, mas quando era para valorizar valorizavam, quando era para agradecer agradeciam de coração e quando diziam que gostavam uma da outra – o que era muito raro – era a serio. Além disso não precisavam de mandar mensagem a toda a hora para saber que se tinham uma à outra. Bastava uma a dizer ‘’preciso de falar’’ que logo o telemóvel do outro lado apitava para uma chamada de algumas horas. Eram assim. Mel gostava que fossem assim.

3 comentários:

Beatriz disse...

É mesmo !
Obrigada <3

Ísis disse...

Tens um dom !

Cláudia S. Reis disse...

Eu tenho uma amizade assim e sinceramente, não saberia ter uma grande amizade de outra forma!

Gostei desta história que estás a criar! Voltei atrás para ler do início e tudo ;) Vou continuar a acompanhar :)