Somos apenas o hospedeiro da mágoa. Não somos a mágoa. Ela não define tudo aquilo que somos, mas apenas algumas partes de nós. Nunca haverá apenas uma palavra que defina um ser humano na sua plenitude, porque as palavras foram criadas para tentar explicar as coisas, mas nem todas as coisas conseguem ser descritas por elas.
Nós não somos palavras, mas regemo-nos por um mundo repleto delas. Ah, e temos tanta sede de as usar que acabamos por esquecer que o melhor da vida habita no silêncio de uma brisa fria de inverno, numa noite de céu estrelado, num passeio ao som da maresia.
Zero palavras e os pulmões enchem-se de vida. Zero palavras e o mundo inteiro diante de ti.
Nós não somos a mágoa, mas muitas vezes definimo-nos assim. Deixamos que ela nos tolde por repleto a visão e o rumo. Vemos a vida a desvanecer-se por entre as nossas mãos em poucos segundos...
Talvez não devêssemos esquecer que as palavras não nos definem; Afinal somos apenas hospedeiros delas.
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