domingo, 18 de março de 2018

Preciso que me vejas


Preciso que me vejas. Com olhos de ver. Preciso que me vejas. Por dentro do que está fora. O interior do que está coberto. A essência do que está escondido.
Preciso que me vejas. Com olhos de ver. E se olhares nos meus olhos vais compreender. As mil e uma coisas que não digo, os mil e dois mistérios que não cabem dentro deste coração. Não são enigmas, talvez dilemas que correm dentro de mim. 
Preciso que me vejas. Com olhos de ver. E quando olhares vais entender que há palavras que não precisam de ser escritas. Não precisam de ser ditas.
Preciso que me vejas. Com olhos de ver. E quando olhares, não te espantes com o alvoroço que vais encontrar. Com os contrastes, com as oposições, com o complexo. E é tudo tão simples no entanto. Tão claro. Cristalino. Polido.  Mas torto. Fragmentado. Um circulo.
Então preciso que vejas sem precisar. Que me olhes com olhos de ver. Por dentro do que está fora. O interior do que está coberto. A essência do que está escondido. E depois me olhes de novo, por fora do interior que viste, do exterior do que agora está ao descoberto. Quando voltares conta-me tudo, conta-me o que esses olhos que veem viram.

2 comentários:

R disse...

Mais do que alguém que nos veja, necessitamos de alguém que nos repare. E tu, Minha Doce Amiga, és uma das mais belas contemplações a que estes olhos já tiveram o privilégio de aceder...

CY disse...

boas palavras