domingo, 15 de dezembro de 2013

O Segredo de Mel 8#

 
Era a primeira noite naquela humilde casa, mel tinha acabado de fechar a porta da rua porque sua mãe tinha ido embora. Após fecha-la, manteve-se alguns segundos encostada à porta enquanto olhava em seu redor e se ia apercebendo que estava agora sozinha por entre todas aquelas paredes. 
Passou a primeira hora a observar os pormenores da casa, a verificar o sitio onde pusera as roupas, abrir e fechar gavetas, a mover impercetivelmente as mobílias ou bibelôs e a ver se faltava algo no frigorífico. Parecia tentar encontrar algo, mas logo entendeu que estava tudo bem e que aquilo era apenas uma desculpa para não admitir que se sentia só. Não que não estivesse feliz porque estava muito e adorava o seu lar, sentia-se confortável e protegida, mas sabia que no inicio iria ser um pouco estranho. Sempre estivera habituada a ter sua mãe ali ao pé de si às 23h, e por isso sabia que era normal aquela sensação. Não era mau senti-lo. Era sinal que tinha uma fantástica mãe que em 25 anos nunca fora capaz de a deixar uma noite que fosse sozinha. Era um anjo, um doce.  Sentia-se mal agradecida mesmo tendo jurado a si que iria passar grande tempo com ela. Sentia que estava a deixa-la, quando ela nunca fora capaz de o fazer. Sua mãe estava triste, sabia-o, também ela se sentia um quanto desconfortável com a situação. Talvez com o tempo ambas se habituassem...
Eram já 00h30 e Mel estava na cama o quarto a ver TV. Para primeira noite até se estava a sair bem apesar daqueles pensamentos incomodativos. Queria abstrair-se, mas ao mesmo tempo queria uma solução para aquilo que não lhe soltava a cabeça. Desligou  televisão.
- Uma solução... Oh vã lá, tenho que encontra-la... - Disse baixinho encostada às costas da cama enquanto pensava no assunto.
E foi eis que lhe surgiu uma magnifica ideia. Precisava de uma mascote. Sim, de uma mascote, um cachorrinho ou um gato bebé, era isso. De certeza que já não iria sentir a casa tão vazia e silenciosa, pelo menos assim já teria com quem falar sem parecer tão doida como parecia naquele momento. Assim já podia ter quem a acompanhasse de um lado para o outro pela a casa ou durante uma magnifica soneca. Era isso mesmo! Só restava agora decidir qual.