terça-feira, 3 de abril de 2018

Contos de uma raposa #3


Subestimas a fragilidade, como se fragilidade significasse ignorância. Subestimas a aparência, como se na aparência se relevassem todos os segredos. Subestimas a pequenez, como se a altura definisse a fortaleza que temos dentro de nós. Subestimas a infância, como se idade traçasse sabedoria.
Parece-te certo a generalização. Parece-te perspicaz a  hierarquização. Então falhas em subestimar o mundo de forma tão linear. Erras em crer que tudo o que vês é o que pensas ser. 
Falta-te perceberes-te como raposa. Falta-te ver como ela. Falta-te apreciar como felino. Talvez te falte a firmeza no caminhar - acerta o passo. Talvez te escasseie a confiança no olhar - veste firmeza nos olhos. Agora só te falta o crer - que tudo em teu redor está cheio de tudo aquilo que não consegues ver. E a magia está aí. 
Agora observa a raposa, frágil, pequena - e nada nela é ignorância, nada nela é pequenez, nada nela é superficial. E cada um de nós tem uma história diferente para contar - até uma criança, até uma raposa. E nada nisto é linear. E a magia está aí. 

Photo by:Yurina_Photo

Sem comentários: